VERME-ANCORA (Lernea)

21/05/2015 22:40

Quem tem lernea no cultivo sabe dos problemas que ela causa, promovendo mortandade, principalmente, de alevinos e jovens e reduzindo a taxa de crescimento dos peixes. 

Até recentemente, apenas duas espécies deste gênero haviam sido citadas para a América do Sul. Hoje, todavia, pelo menos duas outras foram introduzidas através da importação de peixes para cultivo e aquário e uma nova espécie, Lernaea davastatrix foi descrita recentemente de carpas cultivadas no Rio Grande do Sul.

Desde sua introdução, piscicultores e técnicos brasileiros têm procurado determinar o tratamento ideal para este parasito sem muito sucesso. Pouca atenção, todavia, tem se dado à prevenção, como prova a velocidade de dispersão deste copépode. Um tratamento “milagroso” não existe, mas, com base no conhecimento existente sobre a biologia e ecologia destes animais parasitos, já é possível definir alguns procedimentos básicos para prevenir sua entrada e disseminação em um cultivo.

Ao contrário do que o nome utilizado em vários países do mundo sugere, um “verme-âncora” (lernea) não é um verme verdadeiro, mas um crustáceo da Ordem Copepoda. Muitos copépodes são organismos de vidas livres e benéficos à piscicultura por representar uma fonte de alimento para peixes planctívoros. Outros, todavia, são parasitos e muitos são reconhecidamente prejudiciais ao cultivo de peixes. Dentre esses parasitos, os mais conhecidos são certamente as lerneas, devido ao seu tamanho e danos que causam à piscicultura.

Outros crustáceos, apesar de menores em tamanho e conseqüentemente pouco visíveis e conhecidos pelo piscicultor, causam problemas semelhantes. 
Elas apresentam coloração esbranquiçada (jovens) à escura (mais velhas), atingindo cerca de 5-22 mm de comprimento.

A cabeça é bastante reduzida quando comparada ao restante do corpo e é onde se localizam os órgãos do sentido (antena, antênula) e a boca. A porção imediatamente após a cabeça é modificada na forma de uma âncora (daí o nome “verme-âncora” ou “hook-worm”, em inglês), utilizada para fixar o parasito no corpo do peixe. A âncora é formada por dois pares de projeções: um par ventro-lateral e outro dorso-lateral.

As fêmeas apresentam, freqüentemente, dois sacos de ovos alongados fixos aos poros genitais. Lerneas podem se fixar em toda a superfície do corpo do peixe, incluindo boca, olhos e narinas, elas são, no entanto, mais freqüentemente encontradas nas nadadeiras ou próximos às suas bases.

No local onde a âncora penetra o corpo do peixe hospedeiro ocorre hemorragia e inflamação com posterior necrose do tecido circundante. Estas ulcerações facilitam o ataque por agentes infecciosos microscópicos, como fungos e bactérias, amplificando a ação patogênica deste parasito indiretamente. Lerneas são hematófagas (se alimentam de sangue) e, portanto, uma das conseqüências deste parasitismo é também o desenvolvimento de anemia intensa.

O ciclo de vida das espécies de Lernaea segue um padrão comum. A fêmea adulta é parasita, como já vimos, e o macho é de vida livre. Os ovos produzidos pela fêmea liberam pequenas formas larvais planctônicas (os náuplios; 0,15 mm de comprimento) que por sua vez se desenvolvem em uma outra forma denominada copepodito (0,2-1,15 mm de comprimento). Os copepoditos procuram um peixe qualquer (um lambari, por exemplo) onde se alojam nas brânquias e superfície do corpo (preferencialmente nadadeiras) onde permanecem até se tornar sexualmente maduros.

Neste momento, abandonam o peixe hospedeiro e, machos e fêmeas, copulam na água. O macho aparentemente morre e a fêmea, fertilizada, procura um peixe hospedeiro (dentre as muitas espécies adequadas), onde se fixa e sofre metamorfose, assumindo a forma alongada, típica da fêmea adulta.

A fêmea adulta inicia, então, a produção dos dois sacos de ovos que irão originar novos náuplios, recomeçando o ciclo mais uma vez. Ovos, náuplios, copepoditos, machos e fêmeas jovens são praticamente invisíveis ao olho nu! A duração do ciclo varia conforme a temperatura da água, podendo variar desde 25 dias (a 20 ºC) a 14 dias (a 35 ºC).

Como visto acima, a fêmea de lernea, apesar de parasita quando adulta, passa parte de seu ciclo de vida na coluna d’água (plâncton) ou “escondida” nas brânquias e superfície corporal de diversas espécies de peixes. Disseminação deste parasito ocorre, conseqüentemente, através da água contaminada (náuplios e copepoditos) ou por “peixes transporte” (copepoditos ou fêmea adulta).

Erradicação total da lernea de um cultivo é extremamente difícil! Tratamentos comprovadamente eficientes no controle de lerneas com produtos inócuos à saúde humana não são eficientes.

Diversos autores registram o uso de formalina, sal de cozinha e permanganato de potássio, entre outros, com sucesso apenas relativo. Existem, ainda, tratamentos não publicados - como cloro e folhas de eucalipto e pinus, por exemplo - que precisam ser adequadamente avaliados.

Muitos piscicultores têm utilizado compostos organofosforados e outros produtos químicos não destinados para uso na piscicultura que podem trazer conseqüências ainda mais graves ao processo produtivo, meio ambiente e saúde dos seres humanos que forem consumir o peixe ou manipular esses produtos durante tratamento.

Assim, enquanto alguns químicos utilizados no tratamento de lernea podem ser potencialmente prejudicais, a grande maioria é eficiente apenas para formas larvais.

PREVENÇÃO

1. Exame visual

2. Dispensar a água usada no transporte de peixes

3. Quarentena:
Mesmo sem detectar lernea através dos exames acima, suas larvas podem ainda estar presentes nas brânquias dos peixes, longe da detecção visual.
Conseqüentemente, é recomendável tomar alguns cuidados adicionais. Peixes recém-adquiridos devem ser colocados em tanques/viveiros isolados dos demais (tanques/viveiros de quarentena) O ciclo vital de lernea, como visto anteriormente, varia conforme a temperatura da água, mas recomenda-se que os peixes sejam mantidos em isolamento por pelo menos 25 dias, quando a água estiver com temperatura igual ou maior do que 20 ºC; em águas mais frias (aproximadamente 14 ºC), este período de isolamento pode se estender até a 100 dias!

NOTA MEUS PEIXES: Obtivemos resultqdos satisfatórios no combate a Lernea com o seguinte procedimento: No aquario principal, 2 colheres sopa de sal grosso para cada 10 litros, temperatura 32 graus, FOUR IN ONE CURE (1 gota/2litros) a cada 48h, com TPA de 50% antes da nova dose de medicamento. Remoção com pinça dos vermes visiveis. Como os peixes infectados ficam debilitados, colocamos na agua e na raçao um complexo vitaminico no caso o VITAPLUS da AQUA-HEALTH.

Referencia: Walter A. Boeger. Grupo Integrado de Aqüicultura e Depto. de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. e-mail: wboeger@bio.ufpr.br

Fonte: https://www.panoramadaaquicultura.com.br/…/Rev…/56/Lernea.asp

 

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